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Melhores formas de garantir a aposentadoria no Brasil

19 JAN 23
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Melhores formas de garantir a aposentadoria no Brasil
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Segundo a Agência Senado, com base em dados divulgados pelo IBGE, há mais pessoas idosas do que jovens no Brasil. Isso porque a população idosa, que corresponde a 15,6%, ultrapassou os 14,8% dos cidadãos e cidadãs entre 15 e 24 anos. Com isso, a projeção é que, daqui a 45 anos, as pessoas brasileiras com mais de 60 anos serão 37,8% da população do país, ou 75,3 milhões de pessoas.

Com a expectativa de vida aumentando cada vez mais, é natural que a preocupação com a renda na terceira idade aumente. Hoje, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) paga aposentadoria para cerca de 25,1 milhões de pessoas no Brasil. No entanto, para muitas pessoas idosas o valor recebido não é suficiente para cobrir todas as despesas mensais, já que o benefício varia conforme o tempo de contribuição, idade e outros critérios.

Na prática, isso significa que milhares de pessoas aposentadas precisam continuar trabalhando ou encontrar outras formas de complementar a renda. Por isso, se planejar é essencial para manter o padrão de vida e ter tranquilidade no futuro.

Neste artigo, vamos conferir as melhores formas de como conseguir a aposentadoria no Brasil, entender o que é aposentadoria privada, revisão da vida toda, além de tirar dúvidas sobre o tema. Acompanhe!

O que é aposentadoria?

A aposentadoria é o momento em que a pessoa deixa de trabalhar de forma ativa e passa a receber uma renda para se manter. No Brasil, ela funciona basicamente de duas maneiras:

  1. Previdência pública (INSS): benefício pago pelo governo a quem contribuiu durante a vida profissional. Para receber, é preciso cumprir requisitos de idade mínima, tempo de contribuição ou orientação médica por invalidez, definidos pela legislação atual, especialmente após a Reforma da Previdência de 2019.
  2. Previdência privada: opção contratada em bancos, seguradoras ou corretoras. Funciona como um investimento de longo prazo, que costuma complementar o valor pago pelo INSS para garantir mais segurança financeira.

Leia também: O que é o INSS e como ele funciona?

Tipos de aposentadorias públicas

A aposentadoria pública, como vimos, é o benefício que a pessoa trabalhadora recebe ao cumprir requisitos estabelecidos pela Lei n.º 8.213/1991. Existem três caminhos principais para ter direito a essa aposentadoria no Brasil, sendo por: 

  1. Invalidez.
  2. Idade.
  3. Tempo de contribuição.

Abaixo, confira os requisitos e as regras para cada modalidade de aposentadoria pelo INSS:

1. Aposentadoria por invalidez

A aposentadoria por invalidez é concedida à pessoa trabalhadora que, por motivo de doença ou acidente, se torna incapaz de exercer qualquer atividade profissional. Para receber o benefício, é preciso comprovar a situação por meio de perícia médica realizada pelo INSS.

Além disso, é necessário ter contribuído para a previdência social por, no mínimo, 12 meses. Porém, essa carência é dispensada em casos de acidentes de trabalho, doenças graves, como câncer, esclerose múltipla, cegueira e AIDS. Vale dizer que o benefício é pago enquanto durar a incapacidade, ou seja, se o quadro médico for reversível, serão realizados exames periodicamente para avaliação.

Segundo a Reforma da Previdência de 2019, o valor corresponde a 60% da média salarial da pessoa que solicita o benefício, com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder (20 anos para homens e 15 anos para mulheres).

2. Aposentadoria por idade

Já a aposentadoria por idade é destinada às pessoas trabalhadoras que atingem a idade mínima e cumprem o tempo de contribuição exigido pelo INSS. As regras atuais orientam:

  • Aposentadoria mulher: 62 anos de idade e, pelo menos, 15 anos de contribuição.
  • Aposentadoria homem: 65 anos de idade e, pelo menos, 20 anos de contribuição.

Quem já contribuía antes da reforma de 2019 pode se aposentar pelas regras de transição, como a fórmula de pontos ou a idade progressiva, que aumentam gradualmente a exigência de idade até chegar aos limites definitivos.

O cálculo do benefício segue o mesmo padrão das demais modalidades: 60% da média de todos os salários de contribuição, acrescidos de 2% por ano que ultrapassar o mínimo (20 anos para homens e 15 anos para mulheres).

3. Aposentadoria por tempo de contribuição

Antes da Reforma da Previdência de 2019, era possível se aposentar apenas cumprindo um tempo mínimo de contribuição, independentemente da idade: 30 anos para mulheres e 35 anos para homens. 

Porém, com as mudanças, essa modalidade deixou de existir para novas pessoas trabalhadoras. Atualmente, só quem já contribuía antes da reforma pode se aposentar por tempo de contribuição seguindo regras de transição, como:

  • Sistema de pontos: soma da idade com o tempo de contribuição, que aumenta gradualmente até atingir 100 pontos (mulheres) ou 105 pontos (homens). Por exemplo: um homem com 60 anos de idade que contribuiu por 45 anos teria 105 pontos (60 + 45) e poderia se aposentar.
  • Idade mínima progressiva: exige um tempo mínimo de contribuição e uma idade que cresce a cada ano até chegar aos limites definitivos. Por exemplo, a idade mínima para mulheres começou em 56 anos em 2019 e aumenta 6 meses por ano até chegar a 62 anos.

O cálculo desse benefício também segue o padrão atual: 60% da média de todos os salários de contribuição, acrescido de 2% para cada ano que ultrapassar o mínimo exigido (20 anos para homens e 15 anos para mulheres).

Revisão da vida toda: quem tem direito?

A revisão da vida toda é uma ação judicial que permite que algumas pessoas aposentadas pelo INSS solicitem a revisão do valor do benefício, considerando todas as contribuições feitas ao longo da vida, inclusive as anteriores a julho de 1994 (data de início do Plano Real).

Isso porque, pela regra aplicada antes, o INSS só considerava os salários de contribuição a partir de 1994 para calcular a aposentadoria. Quem tinha salários mais altos antes dessa data acabava sendo prejudicado(a).

Dito isso, quem pode ter direito à revisão do INSS são:

  1. Pessoas que se aposentaram após novembro de 1999, quando passou a valer a regra que exclui as contribuições antes de 1994.
  2. Quem já estava aposentado(a) na época da Reforma da Previdência e ainda está dentro do prazo de até 10 anos da concessão do benefício (prazo de decadência).
  3. Pessoas trabalhadoras que tinham salários maiores antes de 1994, pois nesses casos a revisão pode aumentar bastante o valor do benefício.

Para solicitar a revisão, é preciso procurar profissionais de advocacia com especialidade em Direito Previdenciário para ter melhores orientações e fazer a simulação dos cálculos. Se o resultado for favorável, é ajuizada uma ação contra o INSS solicitando a readequação do benefício.

Como se aposentar com uma renda extra fixa?

Garantir uma aposentadoria tranquila não depende apenas do benefício do INSS. Atualmente, quem deseja ter estabilidade financeira no futuro e quer ter uma renda a mais, precisa pensar em diferentes estratégias de poupança e investimento. A seguir, confira algumas das principais opções:

1. Previdência privada

Como vimos, é como se fosse uma segunda aposentadoria. Mas em vez de pagar ao INSS, você paga para bancos ou seguradoras. É como se fosse um investimento de longo prazo, pois funciona como uma poupança planejada: você aplica mensalmente ou quando puder, e o dinheiro vai rendendo ao longo dos anos.

Existem dois principais tipos de previdência privada:

  • PGBL: indicada para quem faz declaração completa do Imposto de Renda, porque, durante o tempo de investimento, você pode diminuir a base de cálculo do seu IR em até 12% da sua renda bruta anual. Isso pode significar uma restituição maior na sua declaração de ajuste anual.
  • VGBL: mais indicada para quem faz declaração simplificada do IR, pois não permite dedução na declaração anual, mas, por outro lado, você só paga imposto sobre o lucro que seu dinheiro gerou.

Leia também: Restituição do Imposto de Renda — o que é, como funciona e quando você recebe

3. Investimentos diversificados

Além da aposentadoria pelo INSS e da previdência privada, investir é uma das melhores formas de garantir uma renda no futuro. A ideia é não depender de apenas uma fonte de dinheiro e deixar que o seu patrimônio cresça com o tempo. Isso pode ser feito com diferentes tipos de investimentos:

Tesouro direto

É um investimento do Governo Federal, considerado muito seguro. Funciona como se você emprestasse dinheiro para o governo e, em troca, recebesse de volta com juros. É ideal para quem pensa no longo prazo, porque protege o dinheiro da inflação e oferece mais segurança que a poupança.

Fundos Imobiliários (FIIs)

Trata-se de uma forma de investir em imóveis sem precisar comprar um apartamento ou uma sala comercial. Você compra “cotas” de um fundo que investe em imóveis e, em troca, recebe uma parte dos aluguéis ou lucros. O bom é que os FIIs pagam rendimentos mensais, que funcionam como uma renda extra.

Na modalidade FIIs, existem os tipos LCI (Letra de Crédito Imobiliário)CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários):

  • LCI é um título emitido por bancos, usado para financiar o setor imobiliário, com a vantagem de isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.
  • Já o CRI é composto por créditos imobiliários, como financiamentos e aluguéis, oferecendo a quem investe uma forma de receber rendimentos atrelados a esses pagamentos.

Ações

Quando você compra uma ação, está se tornando sócio ou sócia de uma empresa. Isso pode trazer um retorno maior no longo prazo, mas também envolve mais riscos, já que o valor das ações pode subir ou cair dependendo do mercado. É um investimento que costuma valer a pena para quem tem paciência e pensa em muitos anos à frente.

Leia também: Carteira de investimentos diversificada — como fazer?

4. Contribuição como MEI (Microempreendedor Individual)

Se você é uma pessoa trabalhadora autônoma ou pequena empreendedora, formalizar-se como MEI pode ser uma ótima forma de garantir direitos previdenciários pagando um valor mensal reduzido (5% do salário mínimo).

O MEI garante acesso à aposentadoria por idade, além de auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte para a família. Para aumentar o valor da aposentadoria, é possível complementar a contribuição.

Leia também: Nanoempreendedor: entenda como funciona a nova categoria profissional do Brasil

5. Planejamento financeiro pessoal

Mais do que escolher entre previdência ou investimentos, o mais importante é organizar as finanças desde cedo. Isso significa:

  • Reservar parte da renda mensal para o futuro.
  • Evitar dívidas que possam comprometer a aposentadoria.
  • Reinvestir os rendimentos sempre que possível.

Um bom planejamento financeiro é o que garante tranquilidade financeira lá na frente, sem depender exclusivamente de uma única fonte de renda.

Leia também: Como fazer um planejamento financeiro familiar em 7 passos

Tire suas dúvidas sobre aposentadoria

Ficou com alguma dúvida em relação à aposentadoria? Abaixo, responderemos às perguntas mais frequentes sobre o tema. Confira!

1. Como saber se posso me aposentar? 

Se você está pensando “quero me aposentar, mas não sei quanto tempo ainda falta”, a forma mais simples e segura de descobrir é consultando o aplicativo Meu INSS para aposentadoria. No portal, você pode:

  • Acessar seu extrato de contribuições (o CNIS), que mostra todo seu histórico de trabalho.
  • Utilizar o simulador de aposentadoria para ver as regras em que você se encaixa e a projeção de tempo que ainda precisa.

2. O que é aposentadoria pelo LOAS? 

Na prática, o chamado LOAS não é uma aposentadoria tradicional, mas sim o Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social

Esse benefício garante o pagamento de um salário mínimo mensal a pessoas idosas a partir de 65 anos, ou com deficiência, de qualquer idade, desde que comprovem não ter meios de prover o próprio sustento nem de tê-los garantido pela família.

A grande diferença em relação à aposentadoria do INSS é que o BPC:

  • Não exige contribuições previdenciárias anteriores.
  • Não dá direito ao 13º salário.
  • Não gera pensão por morte para pessoas dependentes.

3. Como se aposentar por idade por trabalho rural?

A aposentadoria por trabalho rural é um benefício do INSS destinado a quem trabalha na agricultura, seja com carteira assinada, trabalho autônomo, contribuinte individual ou, a forma mais comum, como pessoa segurada especial — aquela que trabalha em regime de economia familiar, como agricultoras, pescadoras artesanais, e outras funções.

Os requisitos principais são:

  • Idade mínima: 60 anos para homens e 55 anos para mulheres.
  • Tempo de atividade rural: é preciso comprovar um tempo mínimo de 15 anos (180 meses) de trabalho no campo.

Vale dizer que, para a pessoa segurada especial, não é preciso ter feito contribuições mensais ao INSS. A comprovação da atividade rural é que garante o direito ao benefício.

4. Quais os melhores tipos de investimentos para a aposentadoria?

Não existe uma resposta única para essa pergunta, pois o melhor investimento depende do seu perfil, do tempo até a aposentadoria e da renda que você deseja manter no futuro. O ideal é buscar alternativas que combinem segurança, boa rentabilidade e, se possível, geração de renda recorrente, como já apresentamos.

Mas, uma alternativa bastante interessante que vem ganhando destaque é a LCINo Banco Bari, por exemplo, esse tipo de investimento rende 95% do CDI. Seu grande diferencial é garantir à pessoa investidora um rendimento mensal depositado diretamente na conta, sem descontos de impostos. Para investir, é preciso aplicar a partir de mil reais, com prazos de um até quatro anos.

Além disso, outra opção do mercado imobiliário oferecida pelo Banco Bari é o CRI, um título de crédito com promessa de pagamento futuro, garantido por recebíveis de aluguéis ou financiamentos. Ele pode oferecer bons retornos e diversificação, embora seja mais indicado para perfis que aceitam assumir um pouco mais de risco em troca de maior rentabilidade.

Se você se interessou pelo investimento em LCI ou quer saber mais sobre CRI do Banco Bari, entre em contato com a nossa equipe e saiba qual modalidade é a escolha certa para a sua aposentadoria!

Leia também: Empréstimo para aposentado — o que é e como funciona

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